Tomou posse nesta sexta-feira, 26, a nova diretoria do Instituto de Ginecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O conselheiro e coordenador do Grupo de Trabalho Materno-Infantil do CRM, Raphael Câmara, representou o CREMERJ no evento.
Recém-empossado, o diretor Jacir Balen agradeceu pela confiança e falou em seu discurso que pretende ter uma gestão participativa.
“Dirigir o instituto é uma missão que parece impossível, mas a recusa a este chamado é ainda maior. Diante deste desafio, o sentimento é um misto de orgulho, angústia, alegria e sofrimento. A tranquilidade vem do fato de que esta tarefa não é individual, mas coletiva e plural. Não é possível ser diferente, pois no instituto há um grande desempenho de todos, um sentimento de amor, para que tudo dê certo. Conto com vocês”, disse Balen.
O vice-diretor do instituto, Gutemberg Leão, que anteriormente ocupava o cargo de diretor, também agradeceu pela confiança e destacou que continuará lutando pela qualidade de ensino e atendimento do instituto.
Raphael Câmara parabenizou a nova diretoria e colocou o Cremerj à disposição da instituição.
“O professore Jacir é muito querido pelas pacientes, pelo corpo clínico e pelos residentes. Tenho certeza de que ele será um excelente diretor. Quero aproveitar para parabenizar o professor Gutemberg pelo trabalho que desempenhou nesses oito anos em que esteve à frente direção”, disse.
Também estiveram presentes no evento o reitor da UFRJ, Roberto Leher; o decano do Centro de Ciências da Saúde da UFRJ, Luiz Eurico Nasciutti; e o diretor da Faculdade de Medicina da UFRJ, Roberto Medronho. Raphael Câmara representou o CREMERJ no evento.
Alunos do curso de Residência Médica em Obstetrícia e Ginecologia do Instituto de Ginecologia/Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), turma 2015-2018, receberam seus diplomas durante cerimônia solene nesta terça-feira, 27. A diretora do CREMERJ Marília de Abreu esteve no evento, que aconteceu no auditório do Hospital Municipal Moncorvo Filho.
O diretor do Instituto de Ginecologia/Maternidade Escola, Gutemberg Leão de Almeida Filho, abriu a formatura convidando Marília de Abreu e os professores e coordenadores de residência médica, Gustavo Rodrigues e Ronaldo Vinagre, para compor a mesa.
A diretora do CREMERJ parabenizou os formandos e chamou a atenção para o empenho da unidade em sustentar um ensino de qualidade. “Apesar de todos os problemas de subfinanciamento da saúde e da tentativa de reduzir os cursos e os programas de residência no Brasil e no estado, esse instituto conseguiu manter a excelência, e isso deve ser muito valorizado. A residência é um importante aprimoramento do médico, e espero que vocês continuem exercendo a medicina com a competência, a qualidade, a técnica e a ética que aprenderam aqui”, apontou Marília de Abreu.
A Câmara dos Vereadores, por iniciativa da vereadora Tânia Bastos, presidente interina em exercício da Casa, homenageou na noite desta sexta-feira (8), com a entrega do Conjunto de Medalhas de Mérito Pedro Ernesto, o Instituto de Ginecologia (IG) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), representado pelo Diretor Geral, o Dr. Gutenberg Leão de Almeida Filho.
A Mesa foi composta pelo professor Jacir Luis Balen, vice-diretor do Instituto de Ginecologia e diretor da divisão de ensino; Ariete Souza de Araujo Teles, funcionária do IG; Maria Eduarda Bellotti Leão, representante dos médicos residentes; e o Dr. Serafim Borges – vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ).
A instituição foi prestigiada por exercer funções tão importantes na vida das mulheres brasileiras, desenvolvendo e ajudando a manter a boa saúde de cada uma delas desde a gestação até a terceira idade.
De acordo com Tânia Bastos, a saúde da mulher é um tema que está sempre em evidência. “Desde o seu primeiro mandato, a parlamentar tem defendido as causas femininas. Uma das leis de sua autoria que beneficiam a mulher é a n°5.146/2010 que inclui no calendário oficial, uma Semana de Mutirão para informar e realizar exames destinados à saúde da mulher. “O objetivo da minha proposta é unir esforços para divulgar os cuidados necessários com a prevenção, além de proporcionar um mutirão com os diversos órgãos competentes, oferecendo o acesso para a realização dos exames periódicos e relevantes. Há 70 anos, estes médicos tem exercido com excelência à sua função, inclusive com integração ao Sistema Único de Saúde (SUS). Sendo assim, fica aqui a minha admiração por este Instituto que tem contribuído para que este trabalho se concretize”, declarou a vereadora.
O diretor Geral do IG, Dr. Gutenberg Filho, recebeu a homenagem em nome do Instituto. Agradeceu à vereadora em nome de todos os funcionários pelo esforço de fazer esta homenagem acontecer. “Agradeço também a todos que trabalham com amor. É interessante como estamos aqui hoje para receber esta medalha Pedro Ernesto, que foi médico, político e Prefeito do Rio de Janeiro. A nossa missão é formar médicos e é isso que fazemos: formamos os melhores médicos do País. É uma honra está aqui”, discursou o Dr. Gutenberg.
O Instituto de Ginecologia integra a estrutura departamental da Faculdade de Medicina da UFRJ, participando do curso de graduação – disciplina de ginecologia e internato, pós-graduação, mestrado e pesquisa. No ponto de vista assistencial, atende clientes nos diversos ambulatórios, enfermarias e centro cirúrgico. Vários programas e projetos estão sendo implementados nas áreas do Câncer da Mulher, da Reprodução Humana, da Ginecologia Endócrina, da Assistência à Adolescente, do Atendimento ao Climatério e da Cirurgia Ginecológica.
Fonte: Leticia Namorato – ASCOM Tânia Bastos
Fotos: André Barbosa
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Os 70 anos do Instituto de Ginecologia (IG) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), localizado no Hospital Moncorvo Filho, foram comemorados com solenidade nessa quarta-feira, 6. O presidente do CREMERJ, Nelson Nahon, esteve presente representando o conselho na mesa de homenagens, da qual participaram também o reitor da UFRJ, Roberto Leher; o diretor e o vice-diretor do IG, Gutemberg de Almeida Filho e Jacir Luiz Balem, respectivamente; e o vice-decano do Centro de Ciências da Saúde, Luiz Eurico .
O diretor do IG falou sobre o histórico do instituto, desde o legado de Moncorvo Filho até a administração atual, que deu ênfase à recuperação financeira e do espaço físico.
“São 70 anos de ensino, de formação de médicos e especialistas e também de prestação de assistência de qualidade por nosso corpo clínico, tão capacitado. Em um momento em que a saúde e a educação passam por dificuldades muito sérias, é um prazer e um orgulho dirigir o Instituto de Ginecologia na contramão, no auge do seu trabalho”, disse Gutemberg.
O reitor da UFRJ destacou a resistência não só do IG, mas da universidade como um todo:
“Passamos por um momento muito crítico, e esta celebração dá sentido ao conceito de universidade, instituição que se mantém há mais de mil anos. Levantamos no cotidiano da UFRJ o sentimento comunitário, e vemos isso no IG. O instituto é, no país, um construtor do campo da ginecologia e da obstetrícia, uma área estratégica quando se pensa em políticas públicas de saúde”, explicou Roberto Leher.
Nelson Nahon citou a crise na saúde em todas as esferas de governo e ressaltou a importância da união dos profissionais em torno da defesa do Sistema Único de Saúde. A responsável pela Câmara Técnica de Ginecologia e Obstetrícia do CREMERJ, Vera Lucia Mota da Fonseca, também e steve presente no evento.
Durante a cerimônia, os funcionários mais antigos do IG receberam menções honrosas e medalhas. No dia 8 de dezembro, a Câmara dos Vereadores entrega à instituição a medalha Pedro Ernesto, em homenagem a seu legado para a cidade do Rio de Janeiro.
O Instituto de Ginecologia (IG), no Rio de Janeiro, foi pioneiro no Brasil na introdução e difusão de técnicas médicas para controle do câncer do colo do útero, em meados do século 20. A instituição tornou-se referência nas ações sobre a doença no período, organizando um modelo específico de diagnóstico que durou até a década de 1970 e particularizou a atuação da medicina brasileira em relação à enfermidade.
O IG foi pioneiro na organização de ações de controle do câncer a partir do “modelo triplo”, que utilizava conjuntamente colposcopia, citologia e biópsia no exame de todas as pacientes atendidas no ambulatório. Com isso, os médicos do instituto conseguiram aumentar as porcentagens de diagnóstico em estágios iniciais de evolução e diminuir o número de mortes. A criação de um modelo próprio de atendimento conferiu à instituição destaque no campo médico, tendo servido de base para a organização de serviços semelhantes em outras regiões do país. O Instituto de Ginecologia também se destacou pela formação direta de profissionais. No artigo “Organização da especialidade médica e controle do câncer do colo do útero no Brasil: o Instituto de Ginecologia do Rio de Janeiro em meados do século XX”, a professora Vanessa Lana, do Departamento de História da Universidade Federal de Viçosa, conta como as ações de controle começaram a ser estruturadas após o médico Arnaldo de Moraes (1893-1961) assumir a cátedra de ginecologia em 1936 e organizar uma clínica ginecológica como espaço de ensino prático na Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro. O ensino prático da ginecologia e sua afirmação como especialidade médica ganharam tônus na década de 1930. Em 1936, com o falecimento do cirurgião Augusto Brandão Filho, a cátedra de clínica cirúrgica que ocupava na Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil foi desmembrada, sendo criada a cadeira de ginecologia, desvinculada da cirurgia.
Residentes de ginecologia e médicos dos cursos de pós-graduação em mastologia e ginecologia se formaram nesta terça-feira, 5, durante uma solenidade realizada no auditório geral do Instituto de Ginecologia, no Hospital Moncorvo Filho, no Centro. Quatro formandos receberam o certificado de conclusão de curso e homenagearam membros do corpo docente.
A vice-presidente do CREMERJ, Vera Fonseca, que preside a Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro, participou da cerimônia e destacou a importância da especialização e residência para a capacitação do médico.
“O CREMERJ valoriza e dá assistência aos médicos recém-formados, porque acredita que a melhor forma para a especialização é por meio dos cursos e da residência médica. Aproveitem o reconhecimento que essa instituição tem e todo o ensinamento que receberam aqui, inclusive o da ética. Saibam que vocês têm um caminho brilhante pela frente”, afirmou.
Além da vice-presidente do CREMERJ, o diretor em exercício do Instituto de Ginecologia, Jacir Balem, o representante da Maternidade Escola da UFRJ, Ivo Basílio, e os professores José Augusto Machado e Ricardo Bruno Vasconcelos integraram a mesa de honra do evento.
“O Instituto de Ginecologia foi o berço dessa especialidade e já formou profissionais do Brasil e exterior. Essa é a 39ª turma de pós-graduação em ginecologia que formamos e a 6ª turma de residência. Os recém-formados aprendem a pesquisar e recebem o ensinamento clínico e cirúrgico. Eles são lapidados e ver o progresso de cada um é motivador”, disse Jacir Balem.
Aconteceu na última terça-feira (28/09), no Instituto de Ginecologia (IG) da UFRJ, a inauguração do Laboratório do Sêmen. A solenidade, que promoveu seminários sobre a importância do acontecimento, contou com nomes da área da Ginecologia, como Michele Pedrosa, Maria do Carmo Borges de Souza, Tonia Costa, Helena Lopes e Egleubia Andrade, todas do IG-UFRJ, além da professora Cláudia Navarro Lemos, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O seminário abordou temas como a evolução dos direitos sexuais e reprodutivos da mulher, superando os obstáculos e buscando o direito de decidir se quer ou não ter filhos. Michele Pedrosa destacou também a inserção no mercado de trabalho, que faz com que a mulher cuide dos filhos e da casa e ainda se ocupe do emprego e seja a nova “chefe de família”, correlacionando esses motivos como fatores importantes no adiamento da maternidade e na futura busca pela inseminação artificial.
Tonia Costa traçou o perfil do casal infértil: “a variação é maior em termos de idade na busca da inseminação artificial hoje em dia, de 2003 a 2005, a idade da mulher variava de 21 a 35, hoje em dia varia de 26 a 35. Elas possuíam também dificuldades de acessos às técnicas e praticamente não estavam envolvidas em atividades econômicas, o que também mudou hoje em dia”, analisou Tonia, antes de salientar a importância do banco de sêmen “na otimização dos tratamentos e na prestação de serviços para os que necessitam da inseminação”.
Cláudia Navarro Lemos explicou um pouco de sua experiência no convênio realizado entre o Laboratório da UFMG e farmácias da região, onde se vendem remédios a preço de custos aos pacientes do Hospital das Clínicas, onde eles realizam as inseminações. O laboratório conta também com a aliança com o Posto de Atendimento Médico (PAM) da Sagrada Família, onde é feita a consulta e os rastreamentos dos casais que buscam a inseminação. A docente afirma que, a partir deste trabalho, a espera seja de, no máximo, um ano.
O Instituto de Ginecologia (IG) da UFRJ convida para a inauguração do Laboratório de Sêmen, que acontece nesta terça-feira (28/09), a partir das 8h, no Auditório Geral da unidade. Estão previstas palestras sobre temas relativos ao serviço público de inseminação intrauterina, ministradas por professores da UFRJ e de outras universidades federais. A inauguração do Laboratório de Sêmen está programada para as 11h.
Programação:
8h: Abertura
8h45: Palestra “Saúde da Mulher: Uma Discussão de Gênero”, com a professora Michele Pedrosa (IG-UFRJ)
9h: Palestra “Infertilidade: Uma Questão de Saúde Pública”, com a professora Maria do Carmo Borges de Souza (IG-UFRJ)
9h15: Mesa “Entendendo as Demandas no Estado do Rio de Janeiro: A Atuação do IG”, com as professoras Tonia Costa, Helena Lopes e Egleubia Andrade (todas do IG-UFRJ)
10h: Palestra “A Experiência da Inseminação Intrauterina em Serviço Público: UFMG”, com a professora Cláudia Navarro Lemos (UFMG)
10h30: Palestra “Fertilização in vitro: Uma Meta a Ser Buscada. Indicações e Importância”, com o professor Ivan Araújo Penna (UFF)
O Instituto de Ginecologia da UFRJ (IG) inaugurou, na última terça-feira, 25 de março, as instalações do Setor de Reprodução Humana. O evento reuniu professores da própria Universidade e de outras instituições. O encontro era mais do que uma inauguração. A proposta era homenagear a professora Clarice do Amaral Ferreira, pelos anos de dedicação à Ginecologia, especificamente à área de esterilidade (dificuldade em ter filhos). Não por acaso, o novo Setor recebe, a partir dessa data, o nome da professora – na placa, lê-se: Setor de Reprodução Humana Professora Clarice do Amaral Ferreira.
Um pouco de história
A solenidade ocorreu no anfiteatro do próprio Instituto. Logo após a execução do Hino Nacional, o professor Antônio Carneiro, diretor do IG, ficou encarregado de abordar um pouco da história da Ginecologia na UFRJ e no Brasil, lembrando que esses registros se confundem com a histria da própria homenageada. “Eu, ao falar da história da Ginecologia, sei que estou cometendo um sério erro, pois estou aqui ao lado de uma pessoa que viveu grande parte dessa história”, falou o diretor.
– Antes de 1935, pode-se dizer que a Ginecologia não existia no cenário interno. Foi só em 1936, quando o professor Arnaldo de Moraes assumiu a cadeira da Clínica Ginecológica da então Universidade do Brasil, hoje UFRJ, que se pode dizer que a Ginecologia começou de fato por aqui – expôs o médico. Antes dessa data, havia o ensino dessa especialidade, a cargo do professor Augusto Brandão, porém não era regular e era atrelado à Cirurgia Geral.
Após passar um período no Hospital Estácio de Sá, em 1942, Arnaldo de Moraes e seus assistentes se transferem para o Hospital Moncorvo Filho, onde o Instituto permanece até os dias atuais. Entretanto, a condição de Instituto de Ginecologia só se torna uma realidade até um Conselho Universitário de 1947. “Pelo voto unânime, decidiu-se que a Ginecologia, pelo seu prestígio, deveria ter seu próprio Instituto”, ressaltou Carneiro.
Emocionado, o professor encerrou seu breve relato, lembrando de sua própria história. “Eu e a maioria dos presentes nos sentamos nas cadeiras desse anfiteatro, como alunos, nos formamos médicos com muita honra, nos tornamos professores e estamos aqui nessa Instituição até hoje”, exaltou.
A mulher médica
– Falar da professora Clarice é falar de uma amiga. Tentarei falar aqui um pouco dos motivos que a fazem merecedora desta homenagem, para todo sempre, aqui na Reprodução Humana – assim começou a professora Maria do Carmo Borges, chefe do Setor de Reprodução Humana do IG. Segundo ela, no início da carreira de Clarice Ferreira, a medicina passava por mudanças e a mulher passava a ganhar espaço. “Quando a professora Clarice chegou aqui, aconteciam anos de mudança nos contextos da medicina. O médico, que era cirurgião, começava a se voltar para a mulher e para sua capacidade reprodutiva”, explicou.
Apesar disso, a posição da mulher no exercício da Medicina ainda não tinha destaque. “Na verdade, esse início da Ginecologia convivia com o monopólio das parteiras. Essa atividade não era do saber médico, mas de responsabilidade das mulheres do povo”, esclareceu, lembrando que a homenageada fez parte desse contexto, sempre à frente de seu tempo. “Nesse momento, a professora Clarice é a mulher médica, jovem, determinada, com muita força de vontade e que queria mais, queria o que ela podia alcançar. Tudo isso dentro do contexto da universidade – um ambiente nitidamente masculino”, afirmou Maria do Carmo.
Essa força de vontade levou a professora à Argentina, para aprender mais. “Ela foi, depois que o professor convidou a todos os assistentes homens para ir e nenhum deles quis. Era uma bolsa para ir à Argentina e ficar no serviço de obstetrícia. Ela foi e ficou, morou no hospital por três meses, com as parteiras, porque não havia lugar reservado para a mulher médica, apenas para o homem médico”, destacou Maria do Carmo.
O retorno dessa viagem coincide com o começo do ambulatório de esterilidade, iniciativa de Clarice Ferreira, fundamental para a criação do que hoje é o Setor de Reprodução Humana. “A gente tem uma trajetória, tudo isso porque alguém começou a andar, alguém mostrou o caminho e ensinou o que precisávamos fazer”, concluiu Maria do Carmo.
Clarice do Amaral Ferreira, que a tudo assistia no anfiteatro, fez questão de agradecer à homenagem. “Só uma grande amizade poderia fazer com que buscassem o meu passado e fizessem dele alguma coisa de útil para as gerações futuras. Estou emocionada e posso sentir a dedicação de amigos que não me esqueceram”, declarou.
Que há de novo?
Para o diretor Antônio Carneiro, as novas instalações do Setor serão fundamentais para o avanço da reprodução assistida no Instituto. “No momento, estamos tentando ir além. Para resolver a fertilidade do casal, precisamos de uma equipe multidisciplinar, que inclui psicólogo, assistente social, geneticista, enfermeiros, ginecologistas, entre outros. Vários fatores se complementam para fazer o diagnóstico. Às vezes o diagnóstico é simples e um tratamento medicamentoso resolve o problema. Às vezes é um pouquinho mais complicado e é preciso fazer uma cirurgia simples, Outras vezes, ainda, a situação é mais grave e é preciso fazer uma inseminação artificial”, detalhou o professor.
Segundo o médico, as novas instalações possibilitarão, de imediato, a realização de inseminação artificial. Além disso, contribuirão para que, em breve, a fertilização in vitro possa acontecer, o que ainda não ocorre no Instituto. O professor destacou ainda que esse é um marco importante, pois nenhum serviço público do Rio de Janeiro oferece estes serviços com esta qualidade.
O Instituto de Ginecologia da UFRJ inaugura, na próxima terça-feira, dia 25, as novas instalações de seu Setor de Reprodução Humana. Além da inauguração, o Instituto homenageia a professora Clarice de Amaral Ferreira.
O encontro deve reunir professores para debater a ginecologia no Brasil, como sugere o tema da abertura “A ginecologia na UFRJ e sua repercussão na ginecologia brasileira”, que deve ser ministrada pelo professor Antonio Tavares Carneiro Sobrinho, diretor do Instituto.
O evento ocorre a partir das 9h, no Anfiteatro Geral do Instituto, quando professores e a própria homenageada devem fazer suas exposições, antes da inauguração do novo Setor de Reprodução Humana.